domingo, 10 de junho de 2012


Quem se interessa pelos pequenos e pobres povoados?

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Na década de 60, fugi de pedradas por estar entregando folhetos de porta em porta aqui na cidade de São Paulo. Eu era a única crente na sala de aula.
Hoje temos uma grande variedade de CDs, DVDs, materiais: livros e bíblias para todos os gostos e públicos; temos até a “rua dos crentes”; eventos, mega eventos, pavilhões de exposições para cristãos, marcha para Jesus, TVs e Rádios evangélicas, igrejas bem equipadas que recebem um grande número de ouvintes…
Qualquer cristão há de se alegrar com o crescimento da Igreja no Brasil.
Não sou contra os shows gospel, porém, me angustia ver o desperdício de energia e dinheiro das igrejas dos grandes centros urbanos, enquanto no sertão nordestino, nas comunidades ribeirinhas, nos acampamentos ciganos, nas vilas quilombolas e nas tribos indígenas não há NADA disso. Não há nem programação, nem concessões de rádios evangélicas, não há missionários, não há verbas para o alcance desses povos ainda não alcançados.
Não me entristeço pelos shows, pelos eventos, muito menos pelo crescimento, mas pelo investimento dos crentes em si mesmos e na própria comunhão.
O fundo missionário das igrejas é uma vergonha comparado aos investimentos em ampliações, decoração, troca de poltronas, ar condicionado, novos departamentos… Em passagens aéreas para trazer pregadores e cantores famosos sem pensar em promover uma conferência missionária.
Segundo pesquisas, o crente brasileiro investe R$ 1,30 POR ANO em missões.
Quando falamos em perseguição religiosa pensamos logo nos países comunistas e muçulmanos (e com certeza devemos fazer alguma coisa para amenizar seu sofrimento), mas aqui dentro do Brasil há sim, perseguição religiosa. Recentemente troquei e-mails com o pastor Barbosa que durante muitos anos foi padre e vale a pena visitar seu blog para saber o que, sem nenhum remorso, pode fazer um padre no sertão nordestino contra um crente.
Na década passada víamos a Igreja despertando como “noiva”. Pensei comigo, que maravilha, agora quem sabe a Igreja pensará nas almas perdidas, pois a noiva aguarda as Bodas, certo? Não. Não foi dessa vez, pois a “noiva” não quis sair do salão de beleza e começou a louvar a si mesma.
Se o crente brasileiro despertar de seu sono (deitado eternamente em berço esplêndido como disse Julio Severo) poderemos ter um reavivamento verdadeiro como Igreja de Cristo.
Só faz missões, só investe em missões, quem AMA a JESUS.
As pessoas estão equivocadas a respeito de missões, pois há muitos mitos sobre o assunto:
“Não sirvo pra isso, não tenho dinheiro pra isso, não senti o chamado, missionário sofre muito, missionário está sempre sem dinheiro”, etc.
Tem mais pessoas sofrendo por motivo torpe neste mundo, do que em campos missionários!
Neste instante alguém está contraindo malária na busca de minério.
Tem alguém sofrendo da coluna carregando sacos pesados com garrafas de cachaça nas costas para vender aos índios.
Onde estão os pés daqueles que levam as boas novas?
Há sofrimento sim, mas há muita alegria e suprimento no campo missionário e felizmente (porque Deus é confiável e é o dono da seara), nunca faltarão recursos para a pregação do evangelho. Portanto, investir em missões é um privilégio e só quem compreende o que significa ter o nome escrito no livro da vida, dá atenção à igreja perseguida, às ações missionárias e aos povos não alcançados.

Obrigada por tua atenção, pois a tua sintonia de amor e intercessão faz boa diferença no mover missionário da Igreja brasileira.

Deise Felipe 

Fonte: Cruzada Água Viva Para o Sertão -http://aguavivaparaosertao.wordpress.com/